A arte e a cultura sempre estiveram presentes nos meios populares rurais do Brasil, e de algumas décadas para cá o movimento agroecológico as encampou entre suas bandeiras de luta. Foi com esse mote que o Instituto Antônio Conselheiro em parceria Casa de Saberes Cego Aderaldo, Casa de Antônio Conselheiro, Serviço Social do Comércio (SESC), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) de Quixeramobim realizaram no dia 10 de fevereiro de 2023 a primeira edição do Festival Agroecológico e Cultural do Sertão Central.
O evento teve como objetivo contribuir com a valorização da cultura alimentar através da realização de feiras agroecológicas, capacitações e a promoção de espaços de intervenções artísticas e culturais. Fortalecendo iniciativas locais de estruturação da produção, da comercialização e de valorização da cultura alimentar, possibilitando o acesso à produção e comercialização agroecológica, a economia popular solidária, o comércio justo e o resgate cultural dos alimentos.
O festival mesclou a realização de uma feira agroecológica, a exposição de artesanato local para comercialização, bem como, a promoção de um espaço para show de artistas cearenses, fomentando iniciativas e projetos artístico-culturais do território que dialoguem com o campo e a cidade.
O festival iniciou suas atividades na manhã do dia 10 com a realização da Roda de Conversa “Agroecologia, Arte e Cultura” realizada em Quixadá na Casa de Saberes Cego Aderaldo que contou com as contribuições de Manjari Ikeda do Mercado AlimentaCE, Ivânia Cavalcante e Inácio do Nascimento do Ciclovida, a atividade contou com a participação de universitários do Instituto Federal do Ceará (IFCE-Campus Quixadá) e da Universidade Estadual do Ceará (UECE), equipe técnica do IAC, agricultores e agricultoras, cordelistas, artesãos, Sindicato Rural, Secretarias de cultura e agricultura de Quixadá, Federação das Associações Comunitárias.
No período da tarde foi realizada a feira agroecológica juntamente com a partilha de mudas de plantas nativas e de sementes crioulas. A feira envolveu não só a produção de alimentos saudáveis e isentos de agrotóxicos, mas a diversidade cultural (literatura, música e artesanato) do território do Sertão Central. A Feira também possibilitou canais curtos de comercialização na perspectiva geográfica, aproximando agricultores, agricultoras, consumidores e consumidoras. Tudo isso de uma maneira mais autônoma, aproximando essas pontas que passam a compartilhar ideias.
Texto: Jardenes Matos e João Caetano